Nós não viemos dos macacos!
Os seres humanos são parentes, não descendentes dos primatas atuais. Temos com eles um ancestral em comum, que viveu na África há cerca de 7 milhões de anos.
Uma
das perguntas que mais se ouve sobre a evolução humana é: “se o homem evoluiu
do macaco, por que os macacos não evoluíram para humanos?”. Essa pergunta pode
parecer que faz sentido para um leigo que pensa que os humanos são o pináculo
da evolução, mas não tem lógica para biólogos. É o equivalente a perguntar “por
que todas as bananas não evoluíram para maçãs?”.
Evoluir é adaptar-se ao ambiente, às relações entre as espécies e às relações entre indivíduos de uma mesma espécie |
Sempre que estou falando sobre evolução das espécies em minhas aulas sou questionado por algum aluno acerca disso. Muitas crianças são influenciadas pela religiosidade dos pais e se fecham para as novas descobertas que a escola pode proporcionar. Os pais não podem criar esse tipo de preconceito em seus filhos, pois dessa forma o conhecimento passará a ser limitado. Pais, orientem seus filhos a aprenderem de tudo. As crianças podem e devem questionar sobre os conteúdos que estão sendo ensinados a elas, mas não podem criar um bloqueio.
Os
seres humanos não evoluíram de macacos, orangotangos, gorilas ou chipanzés.
Somos todos – humanos, gorilas, símios, orangotangos – espécies modernas que
seguiram diferentes caminhos evolutivos, apesar de termos compartilhado um ancestral
comum com alguns primatas, como os símios africanos.
A
linha do tempo da evolução humana é longa e controversa, com lacunas
significantes. Os especialistas não chegaram a um acordo sobre a maioria dos
pontos de início e fim de várias espécies, então o gráfico envolve estimativas
importantes.
Dizer
que somos mais “evoluídos” que nossos primos peludos é um erro do ponto de
vista biológico – experimente ver quanto tempo você dura pelado no coração do
Congo sem sequer uma faca, e então volte para dizer quem é que está em vantagem
evolutiva. Nesse e em muitos outros casos, a evolução não “conduz” os outros
símios a se tornarem mais humanos. Portanto, é um erro pensar que somos o ápice
da evolução, ou o objetivo da evolução dos outros animais. Os macacos,
orangotangos e outros primatas não foram extintos pela mesma razão que todo o
resto da vida no planeta: são adaptados a seus respectivos ambientes.
A
ideia que macacos querem todos ser humanos é pretensiosa demais e está
enraizada no conceito fundamentalmente errado de que os seres existem para
evoluir e os humanos seriam o ápice da vida animal. A evolução maximiza a
reprodutividade, não inteligência. Os símios pelo mundo ainda existem
porque seu ambiente encorajou o sucesso reprodutivo de indivíduos com material
genético diferente do nosso.
A
ideia de que uma espécie vive para evoluir é colocar o carro na frente dos
bois. Mutações genéticas acontecem o tempo todo, sem fanfarra e geralmente sem
nenhuma mudança mensurável no estilo de vida do organismo. Em geral, as
mutações que têm mais probabilidade de serem passadas para as futuras gerações
são as que são úteis para a sobrevivência do indivíduo ou da espécie.
A “utilidade” de uma mutação depende bastante de fatores
ambientais como comida, predadores e clima, além de pressões sociais. A
evolução é uma questão de preencher nichos ecológicos e sociais.
Em resumo, a evolução é um processo contínuo de tentativa e
erro, do qual os primatas modernos ainda fazem parte — assim como as bananas e
as maçãs — mas cada um está sujeito às pressões do seu ambiente natural e
social próprios, e são estas pressões que fazem a diferença na evolução, além
das mutações.
Fontes: http://hypescience.com/por-que-todos-os-macacos-nao-evoluiram-para-humanos/
http://super.abril.com.br/ciencia/nos-nao-viemos-dos-macacos
http://www.manualdomundo.com.br/2013/11/se-o-homem-evoluiu-do-macaco-por-que-o-macaco-depois-de-tantos-anos-nao-evoluiu-tambem/
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