terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Por que todos os macacos não evoluíram para humanos? Viemos dos macacos?

Nós não viemos dos macacos!

Os seres humanos são parentes, não descendentes dos primatas atuais. Temos com eles um ancestral em comum, que viveu na África há cerca de 7 milhões de anos.

Uma das perguntas que mais se ouve sobre a evolução humana é: “se o homem evoluiu do macaco, por que os macacos não evoluíram para humanos?”. Essa pergunta pode parecer que faz sentido para um leigo que pensa que os humanos são o pináculo da evolução, mas não tem lógica para biólogos. É o equivalente a perguntar “por que todas as bananas não evoluíram para maçãs?”.

Evoluir é adaptar-se ao ambiente, às relações entre as espécies e às relações entre indivíduos de uma mesma espécie 
Sempre que estou falando sobre evolução das espécies em minhas aulas sou questionado por algum aluno acerca disso. Muitas crianças são influenciadas pela religiosidade dos pais e se fecham para as novas descobertas que a escola pode proporcionar. Os pais não podem criar esse tipo de preconceito em seus filhos, pois dessa forma o conhecimento passará a ser limitado. Pais, orientem seus filhos a aprenderem de tudo. As crianças podem e devem questionar sobre os conteúdos que estão sendo ensinados a elas, mas não podem criar um bloqueio.

Os seres humanos não evoluíram de macacos, orangotangos, gorilas ou chipanzés. Somos todos – humanos, gorilas, símios, orangotangos – espécies modernas que seguiram diferentes caminhos evolutivos, apesar de termos compartilhado um ancestral comum com alguns primatas, como os símios africanos.

A linha do tempo da evolução humana é longa e controversa, com lacunas significantes. Os especialistas não chegaram a um acordo sobre a maioria dos pontos de início e fim de várias espécies, então o gráfico envolve estimativas importantes.
Dizer que somos mais “evoluídos” que nossos primos peludos é um erro do ponto de vista biológico – experimente ver quanto tempo você dura pelado no coração do Congo sem sequer uma faca, e então volte para dizer quem é que está em vantagem evolutiva. Nesse e em muitos outros casos, a evolução não “conduz” os outros símios a se tornarem mais humanos. Portanto, é um erro pensar que somos o ápice da evolução, ou o objetivo da evolução dos outros animais. Os macacos, orangotangos e outros primatas não foram extintos pela mesma razão que todo o resto da vida no planeta: são adaptados a seus respectivos ambientes.

A ideia que macacos querem todos ser humanos é pretensiosa demais e está enraizada no conceito fundamentalmente errado de que os seres existem para evoluir e os humanos seriam o ápice da vida animal. A evolução maximiza a reprodutividade, não inteligência. Os símios pelo mundo ainda existem porque seu ambiente encorajou o sucesso reprodutivo de indivíduos com material genético diferente do nosso.

A ideia de que uma espécie vive para evoluir é colocar o carro na frente dos bois. Mutações genéticas acontecem o tempo todo, sem fanfarra e geralmente sem nenhuma mudança mensurável no estilo de vida do organismo. Em geral, as mutações que têm mais probabilidade de serem passadas para as futuras gerações são as que são úteis para a sobrevivência do indivíduo ou da espécie.

A “utilidade” de uma mutação depende bastante de fatores ambientais como comida, predadores e clima, além de pressões sociais. A evolução é uma questão de preencher nichos ecológicos e sociais.


Em resumo, a evolução é um processo contínuo de tentativa e erro, do qual os primatas modernos ainda fazem parte — assim como as bananas e as maçãs — mas cada um está sujeito às pressões do seu ambiente natural e social próprios, e são estas pressões que fazem a diferença na evolução, além das mutações.

Fontes: http://hypescience.com/por-que-todos-os-macacos-nao-evoluiram-para-humanos/
http://super.abril.com.br/ciencia/nos-nao-viemos-dos-macacos
http://www.manualdomundo.com.br/2013/11/se-o-homem-evoluiu-do-macaco-por-que-o-macaco-depois-de-tantos-anos-nao-evoluiu-tambem/

Nenhum comentário:

Postar um comentário