Independentemente do que ensina e de onde ensina, um professor sempre ensina alguma coisa a alguma pessoa.
Nem sei o que escrever, simplesmente deu vontade de
escrever. Estou na segunda semana de trabalho aqui no Mato Grosso do Sul, mais
especificamente em Paraíso das Águas, uma cidadezinha próxima a Chapadão do
Sul, a “capital agrícola do Estado” (pelo menos é o que a placa na chegada da
cidade dizia). Pela primeira vez estou sozinho aqui em casa, já que minha
esposa voltou para Fernandópolis em razão do início das aulas na faculdade.
Estou lendo um livro do autor Philippe Meirieu intitulado
“Carta a um jovem professor”. Título bastante sugestivo. Ainda estou no segundo
capítulo, mas o livro é bastante interessante apesar de ser em alguns momentos
demasiadamente romântico, mas o autor dá diversas dicas e tenta mostrar o valor
que tem o professor (seria interessante e válido que os secretários de educação
e governadores lessem esse livro). Na
verdade, comecei ler esse livro para passar o tempo e também pelo fato de ter
pensado muito nos últimos dias sobre o que é ser professor, as dificuldades da
profissão e os pontos positivos e alegres, (sim, existem pontos positivos).
Talvez tenha pensado tanto nisso pelo fato de ter tido no último mês a tomada
de decisão mais difícil da minha curta vida profissional. Durante esses
momentos de reflexão individual e solitária me veio alguns colegas professores
em mente que sempre reclamam dos alunos e das condições de trabalho e ao mesmo
tempo me lembrei dos meus antigos alunos de uma escola que trabalhei por dois
anos e meio (a escola que trabalhei por mais tempo com uma turma). É muito
comum e fácil reclamar dos alunos. Mas, e o trabalho do professor, como está?
Talvez pelas diversas frustrações em sala de aula o professor perca o animo ou
a esperança, mas uma coisa me veio à mente e que devemos refletir antes de
reclamar dos alunos: “se eu fosse aluno, eu teria gostado da minha aula?”.
Parece estranho, mas acredito sim que alguns alunos não querem nada na escola e
só atrapalham, mas em contrapartida acontecem casos de o professor simplesmente
fazer o trabalho de forma simplista e despreparado, o que pode gerar entre
outras coisas a indisciplina.
Então, independentemente do que ensina e de onde
ensina, um professor sempre ensina alguma coisa a alguma pessoa, isso deve
estar sempre em mente, por isso deve fazer o trabalho acima de tudo com
responsabilidade e até mesmo cumplicidade com os alunos. Já passei por
situações de despedida de alunos várias vezes e hoje posso afirmar mais uma vez
que a sensação de trabalho realizado e bem feito é nítida ao ver um aluno
triste pelo fato de você não ser mais o seu professor. Espero poder realizar um
bom trabalho em diversos lugares sempre!
Acredito na responsabilidade da profissão. A principio era contra, e não acreditava q um dia lecionaria. Mas pela necessidade comecei a lecionar, e aos poucos fui me apegando, não apenas ao fato de ensinar, mas a cada história sofrida, a cada dificuldade vencida. Hoje digo AMO lecionar, e acredito não ser mais capaz de largar meus alunos.
ResponderExcluirAdmiro a sua coragem!