sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Eu, professor.

Independentemente do que ensina e de onde ensina, um professor sempre ensina alguma coisa a alguma pessoa.

Nem sei o que escrever, simplesmente deu vontade de escrever. Estou na segunda semana de trabalho aqui no Mato Grosso do Sul, mais especificamente em Paraíso das Águas, uma cidadezinha próxima a Chapadão do Sul, a “capital agrícola do Estado” (pelo menos é o que a placa na chegada da cidade dizia). Pela primeira vez estou sozinho aqui em casa, já que minha esposa voltou para Fernandópolis em razão do início das aulas na faculdade.
Estou lendo um livro do autor Philippe Meirieu intitulado “Carta a um jovem professor”. Título bastante sugestivo. Ainda estou no segundo capítulo, mas o livro é bastante interessante apesar de ser em alguns momentos demasiadamente romântico, mas o autor dá diversas dicas e tenta mostrar o valor que tem o professor (seria interessante e válido que os secretários de educação e governadores lessem esse livro).  Na verdade, comecei ler esse livro para passar o tempo e também pelo fato de ter pensado muito nos últimos dias sobre o que é ser professor, as dificuldades da profissão e os pontos positivos e alegres, (sim, existem pontos positivos). Talvez tenha pensado tanto nisso pelo fato de ter tido no último mês a tomada de decisão mais difícil da minha curta vida profissional. Durante esses momentos de reflexão individual e solitária me veio alguns colegas professores em mente que sempre reclamam dos alunos e das condições de trabalho e ao mesmo tempo me lembrei dos meus antigos alunos de uma escola que trabalhei por dois anos e meio (a escola que trabalhei por mais tempo com uma turma). É muito comum e fácil reclamar dos alunos. Mas, e o trabalho do professor, como está? Talvez pelas diversas frustrações em sala de aula o professor perca o animo ou a esperança, mas uma coisa me veio à mente e que devemos refletir antes de reclamar dos alunos: “se eu fosse aluno, eu teria gostado da minha aula?”. Parece estranho, mas acredito sim que alguns alunos não querem nada na escola e só atrapalham, mas em contrapartida acontecem casos de o professor simplesmente fazer o trabalho de forma simplista e despreparado, o que pode gerar entre outras coisas a indisciplina.
Então, independentemente do que ensina e de onde ensina, um professor sempre ensina alguma coisa a alguma pessoa, isso deve estar sempre em mente, por isso deve fazer o trabalho acima de tudo com responsabilidade e até mesmo cumplicidade com os alunos. Já passei por situações de despedida de alunos várias vezes e hoje posso afirmar mais uma vez que a sensação de trabalho realizado e bem feito é nítida ao ver um aluno triste pelo fato de você não ser mais o seu professor. Espero poder realizar um bom trabalho em diversos lugares sempre!

Um comentário:

  1. Acredito na responsabilidade da profissão. A principio era contra, e não acreditava q um dia lecionaria. Mas pela necessidade comecei a lecionar, e aos poucos fui me apegando, não apenas ao fato de ensinar, mas a cada história sofrida, a cada dificuldade vencida. Hoje digo AMO lecionar, e acredito não ser mais capaz de largar meus alunos.
    Admiro a sua coragem!

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