segunda-feira, 25 de agosto de 2014

África: continente sem história?

Durante séculos foi afirmado de forma veemente que a África não tinha história ou que não era importante. Sobretudo em razão do eurocentrismo promovido pelas potências mundiais dos séculos XVI ao XX. Mas, um outro fato da história africana é determinante na escrita da história desse continente: a tradição oral. O fato dos africanos passarem sua história de geração em geração pela oralidade e não pela escrita facilitou a perda de muitos acontecimentos do povo africano, um dos motivos da perca de boa parte da história africana deve-se à colonização por parte dos europeus, escravização, assassinato de milhares de africanos e, sobretudo a retirada dos povos africanos de suas terras.
Portanto, é possível afirmar que em razão do etnocentrismo europeu, principalmente durante o neocolonialismo na África a condição de ser humano do povo africano foi negada e em consequência sua história. Mas, é importante deixar claro que o fato da história da África ter sido negada durante boa parte do período imperialista europeu não quer dizer que a África não tem a sua história.

Os primeiros trabalhos sobre a história da África são tão antigos quanto o início da história escrita. Os historiadores do velho mundo mediterrânico e os da civilização islâmica medieval tomaram como quadro de referência o conjunto do mundo conhecido, que compreendia uma considerável porção da África. A África ao norte do Saara era parte integrante dessas duas civilizações e seu passado constituía um dos centros de interesse dos historiadores, do mesmo modo que o passado da Europa meridional ou o do Oriente Próximo. A história do norte da África continuou a ser parte essencial dos estudos históricos até a expansão do Império Otomano, no século XVI.
KiZerbo. História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África – 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010. 992p.

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