O pensamento elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels, ao criticarem o modelo capitalista, fundamentou-se no chamado materialismo dialético, de acordo com o qual o motor da história é o desenvolvimento das forças produtivas. Nesse contexto, o marxismo se identifica na hostilidade e agressividade dos grupos humanos, resultante das relações sociais e da luta de classes, a saber: uma classe dominante, que explora e detém o capital, e outra submetida, o proletariado, que contribui para reproduzir o capital e que vende a sua força de trabalho, empreendendo a sua jornada em troca do salário. Desta forma, o marxismo tende a encontrar na história a causa dos desentendimentos humanos.
No exame da UNESP de 2011, uma questão bastante interessante foi abordada, mencionando a obra Mal-estar da civilização, em que Sigmund Freud afirma: "os comunistas acreditam ter descoberto o caminho para nos livrar dos males, considerando os homens inteiramente bons e bem dispostos para com seu próximo, mas que a instituição da propriedade privada corrompeu-lhes a natureza...".
Freud, no decorrer do livro, não concorda com a visão marxista, a qual lhe parece pouco consistente e ingênua, já que acredita em uma bondade natural humana. Ele analisa o homem natural e universal e identifica o homem como portador de conflitos interiores que lhes são inerentes. A condição humana (ego) implica em conflitos entre o id e o superego, que cristaliza o ser social e suas expectativas.
Freud não entende a propriedade privada como causa da hostilidade entre os homens. Para Marx, tal situação é causada pela hostilidade humana, com raízes históricas, mas para Freud ela teria suas causas na natureza psicológica do homem.
Sweatshops: uma realidade em expansão
Mais e mais utilizada nos últimos anos, a expressão sweatshops (fábricas de suor) indica uma situação de exploração extrema dos trabalhadores por um salário abaixo do mínimo necessário à sobrevivência, pela ausência de qualquer forma de garantia ou proteção trabalhista, pela exploração de crianças, pelas condições de trabalho perigosas para a saúde ou por ameaças, moléstias sexuais e abusos físicos e psicológicos no local de trabalho.
De acordo com a organização Global Exchange, os trabalhadores em El Salvador envolvidos na produção de tênis, que nos Estados Unidos apresentam um alto preço, ganham centavos de dólares nos pares produzidos. Na China, a exploração chega a provocar no trabalhador uma doença de nome guolaosi, por hipertrabalho, podendo levar à morte súbita. Porém, ao contrário do que se poderia esperar, os sweatshops não são realidade exclusiva da produção econômica apenas de países do Sul. Elas ocorrem em países do Leste Europeu e até mesmo nos Estados Unidos. De acordo com a ONG CorpWatch, sediada em Los Angeles, dois terços dos imigrantes que trabalham em confecção de roupas não recebem o salário mínimo garantido pela lei.
Tais condições trabalhistas apresentadas denotam a exploração do modelo capitalista, mas também podem ser observadas em outro modelo – o socialista de mercado –, uma vez que se repete na China.
Fonte: Portal Objetivo
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